Telefilmesquecidos #76
O jovem Edward Van Bohlen (Edward Albert), longe da família há algum tempo, resolve atender ao pedido da namorada Victoria Wells (Kate Jackson), para voltar para casa e tentar se reconectar — também como forma de oficializar a relação.
Os Van Bohlen são detentores de uma próspera vinícola da Califórnia. Matriarca da família, a obstinada Maria van Bohlen (Gloria Swanson) domina seus netos Edward, Helmut (Roger Davis) e Mathias (Don McGovern), bem como o filho Rudolf (Craig Stevens). Ela também tem um estranho controle sobre as perigosas abelhas africanas de sua propriedade.
Edward Albert |
Gloria Swanson |
É claro que madame Van Bohlen não vê com bons olhos a entrada de Victoria na família. Acontece que a velha Van Bohlen não só administra a família e a vinícola, mas também as abelhas. Ela é capaz de ordenar que matem todos que ela considera uma ameaça.
Kate Jackson |
A partir daí, a trama se desenvolve rapidamente, com trágicas consequências, como o título deixa bem claro. Apesar disso, para os padrões de hoje, Abelhas Assassinas seria considerado monótono. Os diálogos, no entanto, são ágeis.
Este thriller de terror para a TV é eficaz como entretenimento, embora seu maior mérito seja a presença estelar de Gloria Swanson, grande atriz do cinema mudo e eterna Norma Desmond de Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950).
Além da diva, o elenco é bom, com destaque para Edward Albert, cujo sucesso com Liberdade para as Borboletas (Butterflies Are Free, 1972) ainda estava bem recente, e Kate Jackson, antes de estourar em As Panteras (embora já fosse presença habitual em telefilmes).
Bette Davis havia sido originalmente escalada para o papel de madame Van Bohlen, mas por insistência de seu médico (que temia que ela tivesse um choque anafilático caso fosse picada pelas abelhas), ela recusou o convite e o papel acabou ficando com Gloria Swanson.
O diretor Curtis Harrington, bamba dos filmes de terror e suspense na TV e no cinema, mantém sua habitual classe. A Folha de S. Paulo de 10 de abril de 1977 atestou, em sua sinopse do filme:
Telefilme na pista do chamado Cinema Zoológico, nova moda hollywoodiana de filmes onde monstros são os personagens. Como na tevê a tela é pequena, em vez de animais os telefilmes atacam com insetos. Mas devagar as abelhas chegam a mastodontes. O diretor, porém, não é ruim no cinema, embora tenha aderido à tevê.
O jornal O Globo, na coluna de filmes na TV publicada em 27 de março de 1977, foi um pouco mais elogioso:
Exercício de suspense de terror realizado para a TV por um cultor do gênero, Curtis Harrington, estudioso do estilo do cineasta Joseph Sternberg, que já revelou especial talento no cinema ("O Terceiro Tiro", "Obsessão Sinistra") e na TV ("O Amuleto Egípcio").
Em meio aos filmes-catástrofe que reinaram na década de 1970, o subgênero com insetos foi especialmente prolífico. Com abelhas, no cinema, houve A Picada Mortal (The Deadly Bees, 1966), Ataque Final (The Bees, 1978) e o fracasso retumbante O Enxame (The Swarm, 1978). Na TV, a onda se manteve com Abelhas Selvagens (The Savage Bees, 1976) e O Terror que Vem do Céu (Terror Out of the Sky, 1978). Ainda de temática apícola (embora não seja filme-catástrofe), também foi lançado naquela época Invasão das Mulheres Abelhas (Invasion of the Bee Girls, 1973).
Em 2002, um telefilme canadense bem obscuro, estrelado por C. Thomas Howell, também recebeu o título de Killer Bees. E em 2008, um filme alemão feito para a TV (Die Bienen - Tödliche Bedrohung) também foi batizado de Killer Bees nos EUA e na Inglaterra.
Abelhas Assassinas estreou na TV americana em 26 de fevereiro de 1974, na ABC. No Brasil, chegou à nossa TV em 3 de abril de 1977, na Globo, e foi bastante reprisado nas décadas seguintes.
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