23 dezembro 2021

Um Novo Conto de Natal (An American Christmas Carol, 1979)

Telefilmesquecidos #46

Adaptação de Um Conto de Natal (A Christmas Carol), do inglês Charles Dickens, que se tornou um dos clássicos natalinos mais populares de todos os tempos. Publicado originalmente em 1843, o conto tem como protagonista Ebenezer Scrooge, um velho avarento visitado pelo espírito de seu ex-sócio, numa véspera de Natal. O fantasma quer que Scrooge tenha a chance de fazer o que ele (o ex-sócio) não fez em vida: redimir-se por não ter sido bom e nem generoso.

Um Novo Conto de Natal dá outra roupagem à velha história de Dickens. Apesar das modificações, a versão contada neste telefilme mantém os mesmos elementos centrais da história original. A diferença é que a ação foi transportada da Inglaterra do século XIX para os Estados Unidos da década de 1930, após a Grande Depressão. Os personagens também ganharam outros nomes. O figurino e a reconstituição de época são de primeira, e  o visual frio dá o tom adequado.


Na noite de Natal, o mesquinho Benedict Slade (Henry Winkler), presidente de uma financeira, recebe a visita do fantasma de seu falecido sócio, Jack Latham (Kenneth Pogue), que o condena a receber três espíritos, como única chance de redenção. O fantasma do passado confronta Slade para que ele reveja os erros de sua juventude. O fantasma do presente revela a desgraça que cairá sobre seu assistente Thatcher (R. H. Thomson) se ele o demitir da firma. E o fantasma do futuro antecipa o terrível destino reservado para Slade, caso ele não faça um exame de consciência.

Henry Winkler como Slade velho

Henry Winkler como Slade jovem

Henry Winkler como Slade mais maduro

Por mais que já tenha sido contada em todos os estilos e formas, o esforço para "americanizar" a história e mudar seu período cronológico para tempos um pouco mais modernos não prejudicou sua essência — o que confirma a atemporalidade da mensagem do conto de Dickens.

A julgar pelo número de vezes que a história foi recontada, os diretores não têm medo de parecerem redundantes. Vários já haviam apresentado suas próprias concepções, como em Scrooge (1935), Noite de Natal (A Christmas Carol, 1938), Contos de Natal (A Christmas Carol / Scrooge, 1951) e Adorável Avarento (Scrooge, 1970). Mesmo depois de Um Novo Conto de Natal, outras versões ainda mais variadas continuaram sendo filmadas, como Um Conto de Natal (A Christmas Carol, 1984), Os Fantasmas Contra Atacam (Scrooged, 1988), Conto de Natal (A Christmas Carol, 1999) e Contos de Natal - O Musical (A Christmas Carol - The Musical, 2004).


Henry Winkler é um dos trunfos desta versão. O ator aborda os extremos de seu personagem e retrata uma transformação convincente, baseada em características estabelecidas no início do filme. Slade é um homem rabugento e amargo, igual ao personagem Scrooge do conto original de Dickens. Um avarento que abomina o Natal e tem em suas mãos o destino de muitos moradores da cidade, que lutam para sobreviver. 



Gradualmente, o ator vai suavizando os traços marcantes do personagem, conforme viaja pelas fases da vida de Slade. Na época, Henry Winkler vivia o auge de seu sucesso, com a enorme popularidade de seu personagem Fonzie no seriado Happy Days (1974-1984). Apesar do grande sucesso nos EUA, aqui a série passou quase despercebida. Happy Days chegou ao Brasil pela Rede Globo em 1980 (após vários anos de atraso) e permaneceu na emissora só até o ano seguinte. 

Henry Winkler e Dorian Harewood

Winkler é respaldado por um bom elenco de apoio composto principalmente de atores canadenses (o filme foi rodado em Toronto). Uma curiosidade é o elenco infantil, que inclui Tammy Bourne, a garotinha Robin de Baile de Formatura (Prom Night, 1980), e Sammy Snyders, o menino de O Poço Macabro (The Pit, 1981). 

Tammy Bourne

Sammy Snyders

Dirigido por Eric Till, Um Novo Conto de Natal cumpre bem sua função de telefilme natalino, com uma mensagem tocante e sem exagero de sentimentalismos. Estreou nos EUA pela ABC, em 16 de dezembro de 1979. No Brasil, foi exibido pela primeira vez em 25 de dezembro de 1983, na então recente TV Manchete.

17 dezembro 2021

O Olhar Final (Final Eye, 1977)

Telefilmesquecidos #45

Computadores que comandam tudo, pessoas que fazem videochamadas em todos os lugares, textos digitados por comando de voz, carros elétricos que circulam pelas ruas. Qualquer semelhança com o mundo atual é mera coincidência, já que estamos falando do mundo futurista no qual este telefilme se passa. E o futuro, nesse caso, é o ano de 1996.

Michael Stringer (Joseph Cortese) é o último detetive particular que resta na Terra. Sua profissão já está extinta, pois no avançadíssimo e totalmente informatizado mundo de 1996 não existem mais bandidos nem detetives. O crime é coisa do passado e os computadores resolvem todos os problemas. Mas Stringer gosta de coisas antigas, detesta novas tecnologias e dirige um carro ainda movido a gasolina.


Para surpresa de Michael, um dia Lisa (Susan George), filha de um rico industrial, o contrata para encontrar seu pai. Na verdade, Emery Korter (Liam Sullivan), o pai de Lisa, aparece correndo no início do filme, tentando escapar não se sabe de quem, quando é eletrocutado por uma espécie de cerca eletrônica. O corpo foi achado na praia de Eden Isle. Lisa, no entanto, acredita que o pai ainda está vivo, já que o corpo apresentado como sendo o dele aparentava ter 20 anos a menos. 


Emery Korter havia idealizado e construído sua própria comunidade futurista, uma espécie de condomínio segregado do resto do mundo. Batizada de Eden Isle (Ilha do Éden), a tal cidade é um ousado e excêntrico projeto, no qual tudo é belo e funciona perfeitamente. Os moradores — as "pessoas mais perfeitas" (artistas, engenheiros, cientistas) — são escolhidas por meio de rigorosos testes de seleção, para que vivam no complexo mais avançado do mundo em matéria de tecnologia e bem-estar.



Lisa quer que Michael investigue Eden Isle, pois ela desconfia que a resposta para suas dúvidas está lá. Disfarçados de candidatos a moradores do complexo, Michael e Lisa se infiltram no lugar para tentar descobrir o que poderia ter acontecido ao pai da moça. E acabam descobrindo um esquema de clonagem executado pelo vilão George Dettler (Donald Pleasance), um cientista que dirige o lugar.

Donald Pleasance

O elenco não é marcante, mas também não é ruim. O casal principal está bem canastrão, mas não destoa do clima geral. A presença de Donald Pleasance sempre salva. De fato, ele estava em tudo quanto é filme dos anos 1970. Dos mais conhecidos aos mais obscuros.

Dirigido por Robert Michael Lewis, que tem um longo currículo na TV e também dirigiu episódios de séries e telefilmes variados como Mensagem para Minha Filha (Message to My Daughter, 1973), Fuga Impossível (Escape, 1980), O Anjo Caído (Fallen Angel, 1981) e Os Sedutores (Ladykillers, 1988) entre muitos outros .


Liam Sullivan

O Olhar Final foi o piloto para uma série de TV que nunca se concretizou. O telefilme foi rodado em 1977, com o título Final Eye, mas só foi ao ar nos EUA em 1982, rebatizado de Computercide. A mudança do nome talvez tenha sido uma tentativa de “modernizar” o filme e levar o telespectador a crer que se tratava de um filme sobre computadores. Mas a história acaba sendo sobre clones. 

Parece ter havido nos anos 1970 um interesse por clones, tendência que desapareceu por um tempo e só retornou com força na década de 1990, com o surgimento da ovelha Dolly, primeiro mamífero a ser clonado com sucesso. Talvez o “futurismo” dos anos 1970 tenha sido premonitório: O Olhar Final se passa em 1996, ano em que nasceu a ovelha Dolly (apresentada ao mundo em 1997).

 

Houve mais filmes sobre clones na década de 1970 que na de 1980, por exemplo. Podemos citar Esposas em Conflito (The Stepford Wives, 1975) e Romance ou Pesadelo (The Clonus Horror, 1979), além de O Caso Clifford  (The Cloning of Clifford Swimmer, 1974), telefilme exibido na série de mistério e suspense The Wide World of Mystery (1973-1976), da ABC.

Mesmo em seu estilo evidente de produção barata, é divertido observar como o telefilme faz projeções sobre várias mudanças na sociedade e na tecnologia. O visual é extremamente datado e tem a cara dos seriados de meados da década de 1970. Mas isso não prejudica em nada. Pelo contrário: é curioso olhar para trás e ver como as pessoas acreditavam que seria o futuro. (Nesse caso, uma visão dos anos 1970 de como seria o futuro).


Tirando esse aspecto, O Olhar Final realmente é arrastado e fica no meio do caminho: não chega a ser um suspense, mas também não é propriamente uma aventura de ficção científica e, em alguns momentos, tenta ser cômico. Talvez por isso não tenha virado série, tornando-se, em vez disso, um telefilme extremamente obscuro. O fato de ter sido renomeado de Computercide só aumenta a confusão.

Mas a salada não para por aí. Ao ser exibido pela primeira vez no Brasil, em 29 de julho de 1980, pela Bandeirantes, o nome em português foi O Olhar Final. Na verdade, o termo do título original em inglês ("eye") deriva de "private eye", expressão que quer dizer detetive particular. Como observou F. M. na coluna de filmes da TV, da Folha de S. Paulo: “O tradutor brasileiro não entendeu a sutileza do título original ("o último private-eye", isto é, o derradeiro detetive) e arranjou o "Olhar Final". (Folha de S. Paulo, 30 de março de 1982)

O curioso é que o filme foi ao ar no Brasil pela primeira vez antes de estrear nos EUA, seu país de origem. Mais uma mostra de que realmente o projeto estava no fundo da gaveta e já não tinha relevância para a rede NBC, que o levou ao ar pela primeira vez em 1º de agosto de 1982. Na Austrália a primeira exibição foi em 2 de outubro de 1981. Esse tipo de coisa não era muito comum, uma produção televisiva americana estrear primeiro em outros países e só depois nos EUA. 

Foi bastante reprisado pela Bandeirantes entre 1980 e 1982, mas já cheirava a velharia. O mesmo F. M. que assinou a sinopse do filme na Folha foi categórico e chamou O Olhar Final de “uma tolice sem tamanho".




02 dezembro 2021

O Crime do Século (Crime of the Century, 1996)

Telefilmesquecidos #44

O sequestro (e subsequente assassinato) do bebê de Charles Lindbergh foi um dos crimes mais chocantes do século XX. No entanto, o crime a que o título deste telefilme se refere é a incriminação do carpinteiro Bruno Hauptmann, imigrante alemão condenado pelo rapto e morte do bebê. 

Ao contrário de O Caso Lindbergh (1976), produzido 20 anos antes, O Crime do Século vai pelo lado contrário e coloca o foco sobre o drama de Bruno. Stephen Rea está muito bem no papel do franco e confiante Hauptmann. Rea, ator que havia conquistado respeito da crítica e do público após ser indicado ao Oscar de Melhor Ator por Traídos pelo Desejo (The Crying Game, 1992), estava em alta na época. Seu personagem aqui, Bruno, observa estarrecido como os fatos sobre seu caso são varridos para debaixo do tapete em favor da opinião pública, sedenta por uma condenação. 

Stephen Rea no papel de Bruno

Isabella Rosellini e Stephen Rea 

De acordo com a abordagem deste telefilme, as evidências contra Bruno foram fabricadas ou deturpadas. Se no outro filme temos certeza de que Bruno é mesmo o culpado, neste não há dúvida de que o imigrante alemão foi vítima de uma armação diabólica que resultou em sua condenação à morte. 


Como suspeito de assassinato, o tratamento recebido por Bruno Hauptmann foi um notório e escancarado erro judicial. O que este filme mostra é que sua vida foi possivelmente sacrificada por causa de interesses políticos, mentiras e uma necessidade desesperada de encontrar um bode expiatório para o "crime do século”. 



Michael Moriarty 

Atores bem escolhidos fazem um excelente trabalho, mostrando a angústia de Bruno e sua esposa Anna (Isabella Rosellini, maravilhosa no papel). É ela quem vê, desde cedo, o rumo equivocado que as coisas estavam tomando e como nenhum dos acontecimentos era favorável a seu marido. Como esposa, sua dor e indignação são tocantes, assim como sua impotência diante do cerco armado ao redor de Bruno. Michael Moriarty também esta ótimo no papel do governador Harold Hoffman.

Tanto factual quanto emocionalmente, a narrativa não decepciona. A HBO se esmerou e gastou o tempo necessário para realizar um telefilme muito bom. O roteiro de William Nicholson também ajudou. Baseado no livro The Airman and the Carpenter, do jornalista escocês Ludovic Kennedy, publicado em 1985.

A direção foi de Mark Rydell, ator e diretor experiente que atuou em filmes como Um Perigoso Adeus (The Long Goodbye, 1973) e Dirigindo no Escuro (Hollywood Ending, 2002). Entre seus trabalhos de direção, destacam-se A Rosa (The Rose, 1979), Num Lago Dourado (On Golden Pond, 1981) e Intersection: Uma Escolha, uma Renúncia (Intersection, 1994).


A primeira exibição nos EUA foi em 14 de setembro de 1996, na HBO. No Brasil, a estreia foi em 29 de outubro de 2001, no SBT.



26 novembro 2021

O Caso Lindbergh (The Lindbergh Kidnapping Case, 1976)

Telefilmesquecidos #43

O bebê de Charles Lindbergh (Cliff De Young) e sua esposa, Anne Morrow Lindbergh (Sian Barbara Allen) desaparece do berço. Um bilhete pedindo um resgate de 50 mil dólares é encontrado no local. Rapidamente, o crime atrai uma multidão de curiosos e o apetite voraz da imprensa. Começa, então, um verdadeiro circo – formado pela imprensa, pelo público e pela polícia – que duraria anos.

O dinheiro do resgate é pago por meio do Dr. Condon (Joseph Cotten), que atuou como intermediário na negociação. "John", um dos supostos sequestradores, pega o dinheiro e some, não sem antes alegar que o bebê estava vivo. No entanto, as instruções dadas a Condon e Lindbergh eram falsas e a criança continuou desaparecida. Dois meses após o sequestro, o corpo do bebê, com o crânio esmagado, é encontrado em decomposição no bosque perto da casa dos Lindbergh. 


Joseph Cotten

Sem pistas, o detetive Jim Finn (Tony Roberts) e o psiquiatra Dr. Schonfeld (Joseph Stern), conseguem rastrear parte do dinheiro do resgate, que leva ao imigrante alemão Bruno Richard Hauptmann (Anthony Hopkins). Quando 14 mil dólares do dinheiro do resgate foram encontrados em sua casa, junto com as tábuas do assoalho que combinavam precisamente com as da escada rudimentar usada no sequestro, Bruno foi preso, julgado e condenado por assassinato, pagando com a própria vida. Mas ficou no ar um incômodo clima de algo não resolvido.

Anthony Hopkins

Como acontece com quase todas as biografias adaptadas por Hollywood ou mesmo para a TV, é preciso dar certo desconto. O Caso Lindbergh não é um documentário e sim um telefilme, isto é, entretenimento. Por esta razão, algumas coisas foram omitidas ou alteradas na história. É uma espécie de convenção aceita nesse gênero de adaptações biográficas, o que pode incomodar alguns críticos e historiadores.

O filme retrata o casal Lindbergh como extremamente controlado e confiante para uma situação tão delicada e perigosa. Para o público, pode ficar difícil se sensibilizar com tanto autocontrole do casal diante do sequestro de seu único bebê. Talvez isso tenha imprimido certa frieza à narrativa, ao não agarrar o espectador pelo lado emocional logo no início. 

Cliff De Young e Sian Barbara Allen

Deixar em aberto o que aconteceu com o bebê também pode ter sido um descuido do roteiro. Como determinar a culpa ou a inocência de Bruno? Sob a ótica deste telefilme, o telespectador tem certeza de que Bruno é um monstro: frio, insensível,  dissimulado e, portanto, culpado. 

Esforço de direção de Buzz Kulik, profissional experiente nesse tipo de produção, cujo trabalho na TV — que inclui os ótimos Glória e Derrota (Brian's Song, 1971), Um Hóspede Muito Estranho (Crawlspace, 1972) e Vítima do Medo (Bad Ronald, 1974) — superou suas poucas incursões no cinema.

Cliff De Young

O elenco não deixa a desejar. A semelhança física com Charles Lindbergh foi um ponto positivo para Cliff De Young, ator versátil de teatro e cinema que ficou muito popular na TV americana, em uma penca de séries e telefilmes. No papel de sua esposa, Sian Barbara Allen, de Um Grito de Terror (Scream, Pretty Peggy, 1973), com seu eterno olhar assustado e indefeso.

Anthony Hopkins

Anthony Hopkins no papel de Bruno dispensa comentários. Mas vale lembrar que, naquele ponto de sua carreira (meados da década de 1970), ele ainda não havia alcançado o prestígio e o reconhecimento internacional como um dos grandes atores de sua geração. Dividindo-se entre alguns fracassos no cinema e projetos para as tevês britânica e americana que haviam sido bem recebidos, Hopkins emendava um trabalho no outro.

Anthony Hopkins

O roteirista de O Caso Lindbergh, J.P. Miller, tem um currículo invejável que inclui Juventude Selvagem (The Young Savages, 1961), Vício Maldito (Days of Wine and Roses, 1961) e a elogiada minissérie O Assassinato de Sharon Tate (Helter Skelter, 1976). Mas isso não pesou na implacável crítica de Paul Mavis, do site DVD Talk (26 de janeiro de 2014): "O Caso Lindbergh tem pouco a dizer, e o diz mal, com algumas atuações centrais equivocadas, direção frouxa e um roteiro superficial e aleatório (...)”

Revistas de TV do Washington Post e The Record (22-28 de fevereiro de 1976)

Estreou na TV americana em 26 de fevereiro de 1976, pela NBC. No Brasil, a primeira exibição foi na Globo, em 3 de dezembro de 1976. Na época, não era comum um telefilme ser exibido aqui no Brasil no mesmo ano em que tinha sido exibido nos EUA. Ainda mais com 2 horas e 28 minutos de duração. Mas como foi uma superprodução para a TV (o que também era inédito em se tratando de um telefilme), a aquisição pela Globo foi rápida. 

Detalhe do guia da TV do jornal Washington Post (1976)

Paulo Perdigão, em sua coluna de filmes da TV, do jornal O Globo de 28 de novembro de 1976, se referiu ao filme como  “um semi documentário de impecável rigor descritivo e tensão dramática crescente”. E destacou: "O Caso Lindbergh, especial de TV com três horas de duração, é o maior atrativo da programação (...)". E confirma sua opinião positiva em outro trecho:

Reconstituição minuciosa e fiel do célebre rapto do filho de Charles Lindbergh (1902-1974), numa superprodução feita para a TV (...). Dividida em duas partes — "O crime" e "O julgamento" — a narrativa obedece a um estilo de reportagem dramatizada e beneficia-se do apuro de produção pouco comum em telefilmes (o orçamento chegou a um milhão e meio de dólares. 

A coluna Filmes de hoje na TV, da Folha de S. Paulo de 3 de dezembro de 1976, também deu destaque:

Estreia hoje O Caso Lindbergh, um dos filmes mais caros já feitos diretamente para a TV, mas com elenco essencialmente cinematográfico, o que demonstra que o vídeo não vive sem os mitos da tela que foram cultivados durante décadas nas misteriosas salas escuras.