23 fevereiro 2020

A Dália Negra (Who Is the Black Dahlia?, 1975)


Telefilmesquecidos #12

A aspirante a atriz Elizabeth Short, apelidada pelos jornais de "Dália Negra" (por causa de seu cabelo preto e seu suposto gosto por roupas pretas), foi brutalmente assassinada aos 22 anos. O caso é real, aconteceu nos Estados Unidos, em 1947, e tornou-se um dos assassinatos mais famosos da história do país.


A jovem foi torturada, violentada e teve seu corpo dilacerado e abandonado em um terreno baldio, na cidade de Los Angeles. Apesar de toda a atenção da mídia e de uma investigação intensa, que mobilizou o país, o responsável permanece uma incógnita e nunca foi capturado. Pouca coisa foi descoberta a respeito do crime. A história, porém, ganhou o mundo e inspirou livros e filmes, como Dália Negra, de James Ellroy, publicado em 1987 e adaptado para o cinema em 2006, por Brian de Palma. 




No telefilme A Dália Negra, Lucie Arnaz (filha da atriz Lucille Ball, popular na década de 1950 pelo seriado I Love Lucy) interpreta Elizabeth Short, a aspirante a estrela de moral questionável. O que tornou o caso particularmente inquietante foi a brutalidade: o corpo de Elizabeth foi cortado em dois, e o sangue foi drenado de seu corpo. 

O drama de mistério é eficiente e mantém um clima sombrio e melancólico, quase em tom de documentário, abordando a obsessão do detetive Harry Hansen (Efrem Zimbalist Jr.) em encontrar o assassino da jovem. Os jornais locais, ansiosos para explorar o crime extraordinariamente horripilante, começaram a tecer todo tipo de histórias sobre Elizabeth. A investigação policial gerou um número absurdo de suspeitos e uma profusão de malucos reivindicando a autoria do assassinato.



A história é, de fato, intrigante, embora a produção tenha adaptado alguns fatos que marcaram a vida de Elizabeth. Harry Hansen, um dos detetives designados para o caso na vida real, serviu como conselheiro técnico. Mas a mãe de Elizabeth se recusou a assinar um comunicado para permitir que sua vida fosse retratada no telefilme. Como resultado, os produtores tiveram que realinhar a biografia. Por exemplo, neste filme, um avô e neto encontram o corpo de Elizabeth Short. Na vida real, eram mãe e filha. Além disso, um fotógrafo tira a primeira foto do corpo de Short; na vida real era uma mulher.

O filme estreou pela NBC em 1 de março de 1975. Aqui no Brasil, foi exibido pela primeira vez em 7 de agosto de 1977, na Globo.