Telefilmesquecidos #2
"Um Grito de Terror" |
Peggy (Sian Barbara Allen) é uma ajuizada estudante universitária e aspirante a artista plástica. Divide apartamento com mais quatro amigas e tem que se virar para conciliar os estudos com as despesas. Sua chance de conseguir uns trocados surge quando ela se candidata a uma vaga como cuidadora de uma mansão afastada. É lá que moram Mrs. Elliott (Bette Davis) e Jeffrey (Ted Bessell), seu filho, um talentoso escultor. A velha Elliott, sempre com cara de poucos amigos, não esconde seu incômodo com a presença de Peggy. O anúncio de emprego foi, na verdade, colocado por Jeffrey, contra a vontade da mãe. A governanta anterior havia sumido misteriosamente sem deixar rastros. Mas sabemos, como é mostrado no comecinho do filme, que ela foi morta. Tudo que Peggy precisa fazer é manter a casa arrumada, por alto. Nem precisa cozinhar. Moleza.
Mas mãe e filho têm um comportamento um tanto quanto excêntrico. Ambos são reclusos. A velha é alcoólatra e bebe escondido. O filho, apesar de simpático, é meio tenso e passa o tempo todo trabalhando em suas esculturas. Mencionam sempre Jennifer, a filha que foi embora de casa há alguns anos para ir morar na Europa. Mas não gostam de entrar em detalhes. Em frente à casa, há uma garagem, sobre a qual existe uma edícula. Embora sempre solícita e gentil, Peggy está terminantemente proibida de limpar ou se aproximar do misterioso quarto sobre a garagem.
A jovem começa a suspeitar quando George Thornton (Charles Drake) passa a segui-la, fazendo perguntas sobre sua filha, que havia ocupado a função de Peggy, mas sumira sem dar explicações. Mais estranho ainda: Peggy descobre que a irmã de Jeffrey, a tal Jennifer que estava supostamente na Europa, na verdade é mentalmente doente e vive na edícula acima da garagem. Desconsiderando os avisos de Mrs. Elliot e seu filho, Peggy está determinada a se aproximar da tal moça. Mas vai acabar se deparando com uma tenebrosa revelação.
Gordon Hessler, além de prolífico diretor de filmes para a TV e episódios de séries, era também um tarimbado diretor de longas de mistério e terror como O Ataúde do Morto-Vivo (The Oblong Box, 1969), Grite, Grite Outra Vez (Scream and Scream Again, 1970), Os Crimes Hediondos da Rua Morgue (Murders in the Rue Morgue, 1971) e O Testamento de Medusa (Medusa, 1973), entre outros.
Um Grito de Terror foi ao ar pela NBC (National Broadcasting Company) em 24 de novembro de 1973. Aqui no Brasil, foi bastante reprisado nos anos 1970. Trata-se de um modesto telefilme, com uma história costurada por vários clichês de mistério e terror típicos de sua época. Mas vale pela participação de Bette Davis, cujo papel, apesar de pequeno e meio apático, confere certo clima ao filme.
Logomarca da NBC, na época |
Foi um dos primeiros da safra de telefilmes que Bette faria ao longo da década de 1970, período em que sua carreira no cinema estava em baixa. "Em última análise, um bom filme não pode ser prejudicado e nem um filme ruim pode ser favorecido só pelo tamanho da tela", observou a atriz em seu livro This 'n That - An Autobiography (1987), escrito com a ajuda de Michael Herskowitz. "Em 1973, participei de um filme chamado Scream, Pretty Peggy. O filme tinha, de fato, uma Peggy, mas nenhum grito [scream] — exceto pelos meus próprios gritos silenciosos."
Esse filme é simplesmente magnífico. Assisti no inicio dos anos 80 na globo e nunca mais esqueci. Tenho ele completo porem sem legendas. Parabéns pela postagem!
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