Telefilmesquecidos #96
Leigh Michaels (Lauren Hutton) é uma jovem diretora de TV que acaba de se mudar para Los Angeles, para trabalhar em uma emissora. Faz amigos no novo trabalho e conhece Paul Wilker (David Birney), um professor de Filosofia, com quem inicia um romance.
Leigh vai morar em um moderno apartamento de luxo, mas não demora muito para começar a receber telefonemas estranhos, presentes misteriosos e cartas falsas. Acaba deduzindo que alguém em um dos prédios vizinhos está observando cada um de seus movimentos e isso a apavora. Mas quem é essa pessoa e por que Leigh é o alvo?
A premissa é bem hitchcockiana: uma mulher linda no luxuoso apartamento de um arranha-céu é atraída para um perigoso jogo de gato e rato com o voyeur predador que a espia do prédio em frente.
Ela pede ajuda às autoridades, mas a polícia a informa de que não há nada que possam fazer a menos que o tal stalker, de fato, apareça e a ataque.
É então que Leigh decide resolver o problema por conta própria e pede a ajuda de Sophie (Adrienne Barbeau), sua colega de trabalho, e de seu amigo Paul.
O elenco é pequeno e funciona bem. Lauren Hutton, mais lembrada aqui no Brasil por filmes como Gigolô Americano (American Gigolo, 1980) e Procura-se Um Rapaz Virgem (Once Bitten, 1985) consegue transmitir as emoções da personagem, começando despreocupada e tornando-se cada vez mais paranoica e assustada.
Adrienne Barbeau, como coadjuvante, está notável em um papel pouco usual (e até ousado) para um telefilme da década de 1970: uma mulher abertamente lésbica, cuja orientação sexual é naturalizada e nada estereotipada.
Adrienne Barbeau e Charles Cyphers, presentes em Alguém Me Vigia, também trabalharam em A Bruma Assassina (The Fog, 1980), que John Carpenter lançou após Halloween.
O diretor John Carpenter havia sido contratado pela Warner Bros. em 1976 para escrever um roteiro baseado na história real de uma mulher que foi espionada dentro de seu apartamento em Chicago.
O projeto, originalmente escrito para o cinema, foi readequado para a televisão quando o canal NBC se ofereceu para financiá-lo. O roteiro, intitulado High Rise [arranha-céu], acabou se tornando Alguém Me Vigia, tornando-se a primeira experiência de John Carpenter na televisão.
As filmagens – durante as quais o diretor conheceu sua futura esposa, Adrienne Barbeau – levaram 18 dias (entre março e abril de 1978) e permitiram que Carpenter testasse muitas das técnicas que usaria quando começou a trabalhar em Halloween - A Noite do Terror, duas semanas depois.
Mais tarde, o diretor disse estar "muito orgulhoso" do filme, embora não fosse uma de suas obras mais conhecidas. A partir de Halloween, Carpenter se consagraria como um dos diretores mais cultuados na década seguinte. (Halloween, no entanto, estreou nos cinemas um mês antes de Alguém Me Vigia estrear na TV americana).
Por mais de duas décadas, Alguém Me Vigia ficou mais conhecido como "o filme perdido de Carpenter", por não estar disponível em VHS em seu país de origem. Ao contrário de muitos países na Europa, onde o filme foi lançado em VHS, nunca houve um lançamento oficial em vídeo nos EUA. Aqui no Brasil, entretanto, foi lançado em VHS pela Warner em 1991. Só em 2007 o filme ganhou um lançamento em DVD e, em 2018, em Blu-ray.
A estreia na TV americana foi em 29 de novembro de 1978, na NBC. No Brasil, estreou na Globo em 22 de julho de 1979. Foi bastante reprisado ao longo da década de 1980.
Nossa, eu amo esse filme. Passava de domingo depois do Fantástico em 1979. Havia um outro que se passava num prédio tbm, onde havia um homem casado que deixava a família por um jovem amante. Esse não sei o nome.
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