Telefilmesquecidos #31
Telefilmes com Sarah no título não são incomuns. Pelo contrário. A profusão de protagonistas chamadas Sarah em filmes feitos para a TV é algo curioso. The Initiation of Sarah (A Iniciação de Sarah, 1978), Sarah T. - Portrait of a Teenage Alcoholic (Drama de Uma Adolescente, 1975), Sarah (1975), Sarah, Plain and Tall (Sarah, 1991), About Sarah (1998) e vários outros.
Quinze anos depois, Sarah (Sela Ward) está se casando com o bonito e bem-sucedido Austin (Michael Woods). Na ocasião, reencontra seus dois grandes amigos de infância, presentes na cerimônia: Lucy (Morgan Fairchild), uma exuberante atriz de novelas, e Allen (Roscoe Born), um psicólogo tímido que nutre um amor antigo por Sarah.
Sarah (Sela Ward) e Austin (Michael Woods) |
A protagonista decide se mudar com o marido para a casa de sua família, onde passara a infância, e reivindicar sua vasta herança. E, quem sabe, também fazer as pazes com seu traumático passado, que ainda a assombra. Sim, porque algo (ou alguém) ruim espera por ela. Na mansão, Sarah começa a ouvir o piano sendo tocado exatamente como sua mãe fazia, vê vultos indistintos, ouve a voz da mãe em casa e recebe até um telefonema de alguém que diz ser sua mãe. Mas o corpo sumira no mar e nunca fora encontrado, certo? Poderia ela estar viva, aterrorizando Sarah, já que a culpava pela morte do pai? Seja o que for, real ou imaginário, está levando Sarah à loucura.
Sra. Stepford (Polly Bergen) |
O filme tem um clima irresistível para quem aprecia esse estilo de trama, cheia de mistérios e reviravoltas, que lembra os telefilmes do começo dos anos 1970. É uma história sombria de perda, culpa e traição. Sarah teve uma vida trágica. E embora todos ao seu redor agora pareçam sinceros e leais, sabemos que pelo menos um deles esconde más intenções. Em algumas situações, A Loucura de Sarah lembra o clássico À Meia Luz (Gaslight, 1944), de George Cukor. Mesmo assim, o filme não teve nenhuma pretensão de ser mais do que foi: uma produção para a TV a cabo, bem executada, dadas as devidas limitações.
Dirigido por Jerry London, A Loucura de Sarah estreou nos EUA em 31 de maio de 1989, no canal USA Network (uma das populares redes de tevê a cabo dos EUA, rebatizada de Universal Channel no Brasil e na América Latina). Aqui no Brasil, o filme foi exibido pela primeira vez no Supercine, da Rede Globo, em 1º de julho de 1995. "Esta mulher sempre foi perseguida por uma terrível alucinação. Agora, está sendo vítima de uma trama de mistério e ambição". As chamadas dos filmes inéditos do Supercine eram um deleite à parte.
A Loucura de Sarah foi lançado em vídeo no Reino Unido pela CIC Video, ainda em 1989. Pouco depois saiu em VHS aqui no Brasil, também distribuído pela CIC. Era uma fita bem comum nas videolocadoras.
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