15 dezembro 2017

O destino em suas mãos


“Ah, eu não devia ter me desfeito da minha coleção de... (complete aqui com o que você desejar)”. Pois é, este post é dedicado a essa sensação de ter curtido muito uma coisa por algum tempo e, depois de perder o interesse, se desfazer da tal coisa. Seja uma coleção de discos, de livros, revistas, postais, filmes etc. Sinto isso em relação à minha pequena coleção da Destino. Lá pelos menos 12 anos, cismei com assuntos esotéricos quando descobri a Destino na banca de revistas. Passei a comprá-la mensalmente, sempre com grande empolgação. Isso durou uns dois anos, mais ou menos.



Ficava fascinado com algumas matérias. Brincava de runas, de I Ching, de fazer cálculos numerológicos, de decifrar significados ocultos de nomes e coisas assim. Até um altar para atrair gnomos cheguei a fazer no quintal de casa! E jurava que os elementais iam visitar meu humilde altar. Isso foi em 1991. Ah, a infância pré-internet… (Sim, sou dos que considera 12 anos infância, apesar de a meninada de 12 anos hoje em dia ter interesses bem mais ‘adultos’).

Uma das edições, em especial, eu carregava pra cima e pra baixo. Era a que trazia uma matéria sobre reencarnação e vidas passadas. Fiz os tais cálculos que a revista ensinava e descobri que eu havia sido uma lavadeira no Irã, lá pelo século 5 d.C. (então ainda era Pérsia). Ou seja: provavelmente eu lavava tapetes persas em uma de minhas vida passadas.

A "famosa" edição da qual eu não me desgrudava, sobre reencarnação

Lançada pela editora Globo em 1989, a Destino era voltada para assuntos místicos e esotéricos. Era uma espécie de meio-termo entre a Planeta (da editora Três), mais profunda e apurada, e outras mais popularescas como as editadas pelo astrólogo João Bidu. A Destino trazia tanto os horóscopos e previsões mensais quanto matérias sobre assuntos como religião, magia, ocultismo e ufologia, entre outros afins. Na verdade, a revista acompanhou a onda esotérica que ganhou força no final da década de 1980 e começo da de 1990. E as matérias da Destino abordavam justamente isso: gnomos e elementais, numerologia, tarô, terapias alternativas, cristais, feng shui, bruxas e magos, quiromancia, mistérios universais e coisas do gênero, além de entrevistas com artistas ou pessoas ligadas ao esoterismo, dicas de livros, filmes etc.



A revista também lançava, frequentemente, edições especiais, separadamente, sobre temas específicos. O comercial da revista, na rede Globo, nos anos 1990, era narrado por Zora Yonara, conhecida astróloga brasileira que havia se popularizado na TV na década de 1980. Destino circulou até 1997, quando deixou de ser publicada. 

Edições especiais


Comercial de TV da Destino
Infelizmente, por um desses rompantes de desapego que temos de vez em quando, acabei me desfazendo da coleção, logo depois de passar no vestibular. Julguei que não me interessaria mais por nada daquilo e joguei tudo fora. Eu devia ter umas 20 revistas Destino. Creio que me influenciei pelo advento da internet, quando tudo passou a ficar ao alcance de um clique do mouse, e não vi sentido em guardar as revistas. Fui precipitado. As matérias da Destino podiam não ser muito profundas, mas serviam para divulgar temas, práticas, livros e escritores sobre os quais dificilmente se ouvia falar em outras revistas. Era bem escrita e despertava o interesse por temas nos quais quem quisesse, depois, poderia se aprofundar. Saudade da época em que eu, ao folhear as páginas da Destino, imaginava ter “o destino em minhas mãos”.


10 comentários:

  1. Eu ainda tenho a minha coleção. Mais de cem revistas!

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    1. Olá boa tarde,tenho grande interesse em adquirir exemplares, você quer vender?

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    2. Pode me mandar umas fotos da reportagem do IChing

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    3. oi Otávio tudo bem. A revista edição especial Tarô eu li e adorei sobre o Oráculo do deserto. Teria como você tirar fotos das paginas e me enviar...tem a imagem das cartas tradicionais do baralho com as explicações de cada. obrigado topografialima@yahoo.com.br

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    4. Olá! Compartilha esse tesouro com a gente e m pdf!!!!!

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  2. Eu tinha 11 anos quando comecei a colecionar a Destino. Ainda tenho a maioria das minhas. A minha preferida era a que trazia a reportagem sobre os elementais.
    Acho uma pena que hoje em dia esteja cada vez mais raro publicações esotéricas nas bancas. Nesse ponto os anos 90 estavam em vantagem em relação aos nossos tempos de internet, ainda que a Destino fosse pouco aprofundada.

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  3. Olá! Você ainda tem as revistas? Pensa em vender alguma? Consegue ao menos compartilhar fotos?

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  4. Nossa! Exatamente essas seriam as minhas palavras se eu fosse escrever um texto sobre a Revista Destino.Eu tive todas e a sobre reencarnação mexeu muito comigo porque soube que eu fui artesã na Ilha de Creta,eu que sou apaixonada por artesanato, pinturas, bordados,etc.Então imaginem como fiquei. Fiz as pedras de Runas,I Ching,eu era apaixonada por esses assuntos e eu não sei como minhas revistas sumiram.

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    1. Vc sabe qual era a edição que aparecia uma bruxa com uma caveira em matéria interior? Precisava saber q revista era

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  5. Olá gente! Alguém teria a edição que fala sobre baralho cigano?

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