27 junho 2020

A Maldição da Viúva Negra (Curse of the Black Widow, 1977)



Telefilmesquecidos #22

Certa noite, em um bar, o detetive Mark Higbie (Anthony Franciosa) observa uma atraente mulher de cabelos escuros e sotaque exótico, enquanto ela atrai um homem para o estacionamento. Momentos depois, o tal homem é encontrado morto, com o sangue drenado do corpo. Sua noiva, a socialite Leigh Lockwood (Donna Mills), contrata Mark para investigar o caso. 


Embora o policial durão Gully Conti (Vic Morrow) já esteja no comando da investigação, quem assume a liderança é mesmo Mark, apesar das advertências de Conti. Enquanto isso, a misteriosa mulher continua aterrorizando os homens da região e os mata de alguma forma não muito clara, deixando-os sem sangue, como se tivessem sido atacados por uma aranha gigante.


Gully Conti (Vic Morrow)

Mark Higbie (Anthony Franciosa)

Conti desconfia da própria Leigh, já que todos os homens com quem ela manteve ligações amorosas sofrem o mesmo fim trágico, incluindo seu ex-marido. Por outro lado, Mike, investigando a história nas propriedades da família, descobre que  Leigh tem uma irmã, Laura (Patty Duke), e que uma das duas, na infância, foi picada por uma aranha. Mike acaba se convencendo de que forças sobrenaturais envolvendo uma antiga lenda indígena não estão fora de cogitação. E a família da moça, claro, está no centro do mistério.

Leigh (Donna Mills)

Laura (Patty Duke Astin)

June Allyson

A irresistível trilha incidental, típica de séries e telefilmes da época, somada a um ótimo elenco de veteranos garantem o clima de entretenimento. Por mais datado que seja, A Maldição da Viúva Negra ainda consegue se desviar da fórmula usual em um aspecto: mostrar uma predadora feminina no encalço de vítimas masculinas, o que não era muito comum. O “normal” eram filmes que retratavam mulheres indefesas sendo assediadas, perseguidas ou assassinadas.




Apesar da premissa pouco crível, tudo é interpretado de maneira séria, o que envolve o telespectador e torna a diversão ainda maior, mesmo com os "efeitos especiais" previsivelmente modestos e, por vezes, risíveis. O elenco também ajuda. O simpático Anthony Franciosa (que, em 1982, protagonizou Tenebre, de Dario Argento) contracena com estrelas do passado como June Lockhart, June Allyson, Sid Ceaser e Vic Morrow, além da "ala mais jovem", que inclui Donna Mills (sempre carismática, rostinho frequente em telefilmes) e Patty Duke Astin, a garota-prodígio dos EUA nos anos 1960, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de 1963 por O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker, 1962).

June Lockhart


O produtor-diretor Dan Curtis vinha explorando o gênero terror na TV há alguns anos. Como acontece em muitos telefilmes (e em várias produções de Curtis), há uma dose de drama familiar envolvido. Trilogia de Terror (Trilogy of Terror, 1975) e Trilogia Macabra (Dead of Night, 1977) são bons exemplos, entre outros do diretor, além de A Mansão Macabra (Burnt Offerings, 1976), sua rara incursão fora da TV.

Estreou nos EUA pelo canal ABC, em 16 de setembro de 1977. No Brasil, a estreia foi na Globo, em 23 de março de 1980. Fernando Morgado, na coluna Filmes na TV, da Folha de S. Paulo, de 23 de março de 1980, escreveu: "Um daqueles filmes rápidos em que o convencional da história é disfarçado com a presença de atores e atrizes conhecidos, em decadência ou já esquecidos. Lembra-se de June Allyson, a esposa chorona de Glenn Miller em Música e Lágrimas? Tente achá-la."

Anúncio de estreia do filme

Foi lançado em VHS no Brasil, na década de 1980.


Propaganda do lançamento da fita de vídeo (revista Video News, 1987)

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