Para complementar a postagem sobre a "trilha sonora não oficial" de Água Viva, lembrei de mais uma música utilizada algumas vezes na novela de Gilberto Braga. A primeira vez foi na fase inicial, quando Lígia ainda era casada com Heitor. Para um jantar na casa do casal, Lígia pede ao marido algumas fitas K7 para tocar durante a recepção: "Meu bem, me ajuda a escolher umas fitas. Aquelas gravações calminhas que você faz, pra não atrapalhar a conversa". Mal humorado, ele responde: "Por mim eu botava era música de discoteca bem alta, pra não ter que aguentar esses chatos, sabia?"
Lígia pede ajuda a Heitor para escolher uma fita |
Depois de escolherem as fitas, ela coloca então uma no aparelho de som. Começa a tocar Le Sud, na versão orquestrada de Paul Mauriat. Desde aquele capítulo, a canção voltou a aparecer em algumas cenas de Lígia, mais tarde, embalando as lembranças da personagem.
A canção, de Nino Ferrer (cantor e compositor francês de origem italiana), foi lançada em 1974 e se tornou um dos maiores hits do artista. No entanto, a versão orquestrada de Paul Mauriat, lançada no ano seguinte, também fez bastante sucesso. Vale lembrar que até os anos 70, orquestras faziam muito sucesso e eram bem populares não só entre os mais velhos, mas também entre os jovens. Ray Conniff, Paul Mauriat, Franck Pourcel e Billy Vaughn foram alguns dos que marcaram presença nas décadas de 60 e 70.
A maioria das canções de sucesso da época ganhavam versões orquestradas de um desses três maestros. A partir dos anos 80, foram perdendo força. O som de orquestra ficou ultrapassado e virou sinônimo de "música de velho".
Paul Mauriat, Franck Pourcel, Ray Conniff e Billy Vaughn |
Em Água Viva, no entanto, ainda é possível ver claramente a fase final dessa era das canções orquestradas. Nas cenas de restaurante ou bar, lá estão as músicas de fundo orquestradas. Além de Le Sud, é possível ouvir, com frequência, versões orquestradas de Ships ou Lead Me On, por exemplo (cujas originais fazem parte da trilha internacional da novela).
Daniel, meu pai tem essa coleção do Paul Mauriat em casa.Todo domingo a gente escutava algum disco dela. Dou risada dos comentários, na novela, sobre as
ResponderExcluirinstrumentais, as vezes, até concordo com eles, mas no fundo, bem lá no fundo, junto com a melodia , sinto os cheiros, enxergo os sorrisos e principalmente, revivo doces e alegres momentos.
Regina, eu também cresci ouvindo LPs do Paul Mauriat, que minha mãe sempre escutava. Por isso passei a gostar também. E até hoje, quando ouço, revivo aqueles anos. Uma pena que as orquestras tenham saído de moda!
ResponderExcluirverdade, Daniel, eu também cresci ouvindo as fitas de Paul Mauriat, Ray Conniff no carro do meu pai, isso já desde 1971. Em casa, desde que eu nasci, ouvíamos os discos dessas orquestras também, incluindo Franck Pourcel, Bert Kaempfert, Percy Faith, entre muitos outros. Sou grato aos meus pais e avós pelo meu gosto musical!
ResponderExcluir