04 fevereiro 2009

A bossa e a fossa


A minissérie Maysa - Quando Fala o Coração, de Manoel Carlos, exibida pela Rede Globo em janeiro passado, teve pelo menos dois grandes méritos: chamar a atenção do público para a cantora carioca e revelar o trabalho impecável da atriz gaúcha Larissa Maciel, intérprete de Maysa. Aprovada entre 200 candidatas, Larissa mostrou ao Brasil a história de uma das maiores cantoras do país, infelizmente nem tão conhecida assim hoje em dia. Graças à minissérie, o público mais jovem teve a chance de conhecer a conturbada história de Maysa - na minha opinião, uma espécie de "Edith Piaf brasileira" - e melhor ainda, sua música. Uma das personalidades mais marcantes da história do show business brasileiro, Maysa Figueira Monjardim (1936/1977) nunca soube o significado da palavra limite e passou a vida em busca do "amor perfeito". Largou o casamento para se dedicar em tempo integral à carreira de cantora e estourou com canções românticas exacerbadas, rotuladas na época de “fossa”, entre as quais Ouça, Meu Mundo Caiu, Por Causa de Você e Adeus. Tanto é que ganhou o epíteto de "rainha da fossa". Deu grande força à então emergente bossa nova, gravando músicas de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Ronaldo Bôscoli, entre outros.

Confesso que só conhecia a história e o trabalho de Maysa superficialmente, mas a minissérie despertou meu interesse pela cantora e me deparei com um repertório único, que conta um pedaço da história da música popular brasileira. Livros sobre Maysa não faltam. Só em 2007 foram lançados dois: Meu Mundo Caiu, Maysa, de Eduardo Logullo (Ed. Novo Século) e Maysa: Só Numa Multidão de Amores, de Lira Neto (Ed. Globo). Jayme Monjardim ainda lançou um de fotos no ano passado, também da Editora Globo, Maysa: Fotos. Oportunidades para conhecê-la não faltam.

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